sexta-feira, 21 de março de 2008

Piaf

Quinta-feira fui à locadora escolher um filme para o feriado. Pela primeira vez na vida escolhi um que estava no cartaz de divulgação (normalmente nem alugo lançamento, pois é mais caro, e tem tanto filmão em catálogo).

Trata-se da biografia de um dos grandes nomes da música francesa, a cantora Edith Piaf. História de vida com todos os ingredientes para dar um bom filme: infância trágica, pais problemáticos, criada num bordel da Bretanha enquanto o pai estava na guerra. A mãe não tinha as faculdades mentais em ordem para criar a filha. Adolescência passada na boemia, cantando na rua para conseguir sustento.

Ali descoberta pelo dono de um café-concerto, depois “adotada” por um professor de canto e em passos rápidos para a fama. Carreira norte-americana. Bebida farta. Um reumatismo que a faz parecer octogenária aos 40 anos. A morte trágica aos 48, após passar mal no palco em vários shows.

Eu não tinha idéia de quem fosse esta grande personagem. O nome me dava a vaga noção de ser uma cantora francesa de renome. A história de vida a faz semelhante a tantas outras damas do jazz ou da música popular, como Billie Holiday, nascida no mesmo dia.

O filme é muito bem produzido. Cenários caprichados, bons atores. É claro, ótima música. A crítica talvez exagere um pouco nos elogios.

O que me chama a atenção, sobretudo, é a corda bamba em que se passa a vida de gente como Piaf. Tragédia pessoal aliada a um talento incomum. Um ser à margem do socialmente aceitável, mas ao mesmo tempo admirada e muito rica. O brilhantismo artístico na beira do precipício da loucura. Será que os mais talentosos são também os que têm mais dificuldade de se amoldar a certas convenções sociais?

Um comentário:

Tuco disse...

Olha! Acho que eu tinha lido sim. Mas não associei as coisas aqui na cachola...

Muito bom o filme memso. O que achei chocante na música foi "Não, nada de nada / Não, não me arrependo de nada / Está tudo pago, apagado, esquecido / Não me importa o passado...".

Me lembra Paulo, que esquecia o passado pelo mesmo conceito, a consciência de que tudo já foi pago, e prosseguia pro alvo.

E a atriz é impressionante! Tem alguns vídeos da Piaf verdadeira no youtube. O papel foi muito bem representado.